sexta-feira, 17 de junho de 2011

OSSADA ENCONTRADA EM ESTRELA DO SUL NÃO É DE DONA BEIJA, DIZ HISTORIADOR

A ossada de dois túmulos que foi encontrada há cerca de um mês na praça da Matriz, em Estrela do Sul, no Alto Paranaíba, não é de Ana Jacinta de São José, conhecida como Dona Beija, que morreu em 1873. A hipótese noticiada esta semana pela imprensa foi descartada pelo historiador de Estrela do Sul Mário Lúcio Rosa, que pesquisa a história da cortesã há mais de 20 anos. Segundo ele, durante uma escavação para a construção de uma ponte na cidade, operários encontraram a ossada no meio da praça da Matriz. “Fontes octogenárias e nonagenárias informaram que o cemitério onde dona Beija foi enterrada ficava no quarteirão debaixo da praça onde a ossada foi encontrada”, disse. Pelos cálculos do historiador, o antigo cemitério da cidade ficava de 80 a 100 metros do local onde a ossada foi encontrada. “Provavelmente pode ser a ossada de alguém que foi sepultado perto da igreja antes do cemitério ficar pronto, ou talvez alguém que foi sepultado fora do cemitério.” De acordo com Mário Rosa, se o local onde foi localizada a ossada fosse o cemitério, pelo tamanho da escavação, os operários teriam encontrado mais túmulos. O corpo de Dona Beija foi enterrado no antigo cemitério de Estela do Sul, que ficava em frente à praça da Matriz. Em 1925, a cidade ganhou um novo cemitério e os túmulos foram transferidos para este local. ” Na época, algumas famílias levaram os restos mortais dos entes queridos para o novo cemitério. Lá é possível encontrar túmulos com as datas, inclusive com as lápides, que mostram as datas dos falecimentos no mesmo período do século XIX, mas o túmulo de Dona Beija não existe, isso significa que a família não teve a preocupação em retirar os restos mortais dela e levar para o novo cemitério.” De acordo com o historiador, os restos mortais de Dona Beija continuam enterrados no local onde era o antigo cemitério da cidade que, hoje, é um quarteirão residencial. “Ela está enterrada embaixo de alguma casa ou no quintal ”, afirmou. O jornalista Pedro Divino Rosa, autor do livro “Dona Beija”, lançado em 1997 e que conta a história de cortesã, também descarta a hipótese de que a ossada seja dela. “Estive no local para fazer um levantamento e os caixões encontrados não condizem com o possível caixão dela”, disse.

Reportagem: Marlla Palhares - Correio de Uberlândia
Foto: Geraldo Medeiros

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